TJSC Mesmo sem morder ninguém, Rottweiler solto em pátio de hospital traz prejuízo ao tutor

 


Um morador de Rio Negrinho, na região norte do estado, foi condenado por contravenção penal descrita no artigo 31, que trata daquele cidadão que não adota a devida cautela na guarda de animal perigoso.  A decisão partiu do juiz Rodrigo Climaco José, da 2ª Vara da comarca local.

De acordo com os autos, em agosto de 2021, a Polícia Militar foi acionada para recolher um cachorro da raça "rottweiler", que solto em plena via pública acabara de entrar no estacionamento da Fundação Hospitalar da cidade. O cão, que mede mais de um metro de altura em pé, havia escapado das vistas do dono, que mora na vizinhança da unidade.

Em depoimento, o réu relembrou que, no dia dos fatos, o animal fugiu do ambiente e quando se deu conta, foi procurá-lo. Declarou que assim que o chamou, o cão retornou em sentido do hospital. Porém não sabe se o animal pulou em alguém enquanto perambulava pela rua. Contou também que em casa, possui uma criança de quatro anos que tem convívio total com o animal. Em sua defesa, alegou ainda que o animal não trazia perigo, e que não restou caracterizada sua agressividade, tampouco omissão à cautela, visto que tinha o canil, porém qualquer outro animal, eventualmente pode "dar um jeito" de escapar.

Em que pese que o animal não tenha atacado nenhum transeunte, o magistrado ressaltou que o tipo penal não prevê dano e/ou lesão corporal. No ponto, a simples presença do animal sem supervisão e/ou equipamentos de proteção no pátio do hospital, por si só, já caracteriza a contravenção penal em tela. Trata-se de crime de perigo abstrato.

“Ainda bem que o cachorro não atacou ninguém, mas isso poderia ter acontecido exatamente em razão da falta de cautela do acusado, o que não descaracteriza a contravenção. Ante o exposto julgo procedente a pretensão punitiva contida na denúncia para condenar o réu ao cumprimento da pena privativa de liberdade substituída por uma restritiva de direitos, a ser cumprida por prestação pecuniária no valor de um salário-mínimo vigente nesta data, montante que reverterá oportunamente a uma entidade beneficente”, sentenciou o juiz Rodrigo Climaco José. Da decisão cabe recurso (Nº 5000646-42.2022.8.24.0055/SC).

 

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Imagens: Divulgação/Pexels
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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